Porto do meu descontentamento











Concerteza que sou ingénua, ao pensar que a autarquia do Porto, iria reconhecer e valorizar um trabalho que elogia a cidade, incentiva conhecimento, desperta curiosidades, que conta histórias. Sim,  estou a falar da colecção de ilustrações sobre azulejo Porto de Encantar, que juntamente com o espectacular espólio do banco de materiais de azulejos do Porto, constituía a exposição Porto de encantar, azulejos com história.
Pretendia que fosse uma exposição interactiva , que  professores, pais ou amigos levassem as suas crianças e as pudessem contagiar com alguma história, verdadeira ou inventada inspirada pela exposição, de forma a incentivar o sentimento de pertença à cidade e assim firmar a sua identidade.
Mas dizem-me que não há verba para imprimir folhetos, que não há verba para convites, que não há verba para a faixa na entrada do Palacete Viscondes de Balsemão, que não há verba para imprimir os paineis informativos sobre o banco de materiais contendo  informações sobre as diferentes técnicas presentes nos azulejos, que o importante é ter lá as peças...isto depois de a exposição estar marcada há mais de um ano, de ter sido adiada duas vezes, de todo o trabalho de comunicação da exposição, feito por um designer estar concluído.
 Deve ser um tema que suscita pouco interesse, assunto menor, trata-se apenas de um dos ícones da nossa identidade, uns quadradinhos irrelevantes que carregam consigo  histórias sem importância.
Mas sim! Há verba para poluir a cidade, o que está a dar são aviões a rasgar os céus, o que é popular são uns barulhos ensurdecedores dos carros de corrida, ou será a campanha eleitoral a responsável?
Porto do desencanto.

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